Argentina

Perrengues que passamos na viagem de carro para o Deserto do Atacama

Quando você planeja uma viagem, imagina que tudo sairá como o planejado, que não haverá contratempos e que a viagem será perfeita. Não é verdade?

Mas, as coisas não acontecem desse jeito (sabe de nadaaa inocente), a minha experiência de ir de carro para o Atacama foi nada menos que sensacional! Mas se você está pensando que foi tudo lindo e maravilhoso, você está certo, haha. Vou contar um pouco dos perrengues que enfrentamos e como saímos deles, da melhor forma possível.

No primeiro dia, conseguimos chegar na cidade que eu havia planejado, Corrientes. Era por volta da meia noite. Passamos por dois hotéis e estavam fechados, na terceira tentativa, achamos um (não havíamos feito reservas, pois poderia acontecer de não chegarmos no destino). Nós só queríamos tomar um banho quente e dormir, pois tínhamos saído do Brasil às 5:00 a.m. Eu estava fazendo o check in, e o Will foi no carro pegar a mala. Quando ele voltou eu vi que o rosto dele estava branco, perguntei o que houve e ele me respondeu que havia trancado o dedão na porta do carro. O dedo ficou preto na hora, ele não dormiu nada a noite toda. Ele estava sentido uma dor insuportável, e como você prevê algo assim? A viagem tinha acabado de começar ele teria mais 9 horas para dirigir no próximo dia. E ele foi super tranquilo (como sempre) e sabia que algo assim não poderia estragar essa viagem. Então quando acordamos fomos na farmácia e o que mais poderíamos fazer? Voltar para a nossa aventura.

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Nosso objetivo era, chegar ao Deserto no terceiro dia, passeamos e paramos em vários lugares durante a viagem, ao entardecer chegamos na cidade de Paso de Jama, na fronteira ARG/CHI, e havia um bloqueio na estrada. Saímos do carro para buscar informação era tanto vento, tanto vento, tanto frio! E… A FRONTEIRA ESTAVA FECHADA, e para passar para o Chile somente as 08:00 do outro dia. Tudo bem né, fazer o que?? Fomos até o posto de gasolina e haviam mais pessoas passando a mesma situação que nós, mas não haviam mais acomodações no posto, não encontramos nenhum hostel ou hotel na cidade, estava escuro, frio e ventava muito. O que nos resta? Dormir no carro. Estava fazendo -2° e com um vento tenebroso o tempo todo. Assistimos um filme dentro do carro, ligamos o ar quente (sim, passamos a madrugada toda com o carro ligado) e tentamos dormir, que noite horrível! Will me disse que essa noite iria terminar e no outro dia a viagem iria continuar acontecendo, e foi exatamente o que aconteceu. As horas se passaram, e de repente o sol nasceu, então já era hora de seguir, fez tanto frio aquela noite que a água que saiu do escape, virou gelo.

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Ao chegar em San Pedro de Atacama, fomos procurar o camping que eu havia pesquisado na internet, mas não encontramos e fomos para o centro da cidade atrás de outro. Entramos em um que era bem estranho, o Will já queria ficar ali, eu quase surtei e disse que íamos pensar. Então tentamos novamente encontrar o primeiro camping, que fica literalmente no meio do deserto. E finalmente achamos! Quase desistimos, mas no final das contas… Deu certo.

Fomos fazer um passeio na Laguna Tebinquiche. A pessoa responsável avisou para não demorarmos muito porque estava vindo uma tempestade de areia, e ao fundo onde sempre tinham os vulcões de papel de parede, de repente, não havia mais nada somente areia, demos um passeio rápido e fomos ver como estava nossa barraca. Era tanto vento que a areia que batia no carro parecia chuva de pedra. A barraca estava completamente cheia de areia, areia nas roupas, no travesseiro, no lençol, em tudo.

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Eu acompanhava sempre a previsão do tempo antes de irmos, e eu espera frio, mas não tanto quanto deu todos os dias. Todos os dias pegamos temperatura negativa, estávamos em uma barraca, sem saco de dormir, sem isolante térmico, sem dignidade. Não façam isso!

Tivemos alguns passeios que não conseguimos fazer, por não achar o local, lembrando que fizemos tudo sozinhos e toda a pesquisa de locais foi feita pela internet. Andamos uns 50 km a mais para conhecer um local, e não encontramos o local. Chegamos tarde em um passeio e o local já havia fechado.

Ficamos quase sem gasolina. Cuidem! Regra numero 1, abasteçam o carro ao chegar o meio tanque. Andamos uma média de 900 a 1.100 km por dia, por estradas que haviam absolutamente nada! Façam o cálculo, procurem os postos de combustíveis e mantenham o tanque cheio. Ao chegar no posto o marcar de reserva já estava piscando à uns 20 km antes.

O dia de bater nossas fotos chegaram, seria os lugares mais lindos e ficaríamos o dia todo fora. No caminho descobrimos que a câmera estava sem bateria. Eu fiquei muito, muito incomodada. Então Will me perguntou se passaríamos por alguma cidade, e sim passaríamos por Socaire. O que fazer lá se não havia nenhum posto ou parada para tomar café? Fomos até um restaurante pedir um café, as cozinheiras falaram que não serviam café da manhã, pedimos só um cafézinho, então elas deixaram a gente entrar e fizeram um café. Então colocamos a bateria para carregar. Conseguimos!

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E é isso, todos estes “perrengues” foram superados com muita calma e paciência. E no final tudo sempre da certo.

E na hora de dizer ATÉ LOGO para San Pedro de Atacama, o coração já aperta e a vontade de voltar já era gigante. Faríamos tudo novamente! Aprendemos tanto, essa com certeza será a viagem que sempre vamos ter histórias lindas e engraçadas para contar para as pessoas.

E você já passou por algum perrengue desse? Conseguiu dar a volta por cima? Me conta…

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